quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cartas A Um Jovem Poeta - Parte I - Vamos compartilhar arte!

Olá, como vão vocês? Então...O último post foi há aproximadamente duas semanas, o que significa que faz um tempo que não apareço por aqui. Esse tempo me fez pensar muito, inclusive sobre o que conversar com vocês agora. Mas antes, gostaria de esclarecer pontos essenciais, através dos quais, cheguei ao assunto de que começaremos a tratar hoje e que se estenderá por algum tempo. Em primeiro lugar, eu não costumo reproduzir obras de outros autores, prezo pela originalidade de cada um o máximo que posso. Além disso, dependendo da obra, tal reprodução torna-se um tanto penosa e cansativa ao leitor  pois  gera desinteresse, uma vez que este pode não encontrar nada novo aos seus olhos. Por isso, creio que a descoberta de um bom livro, uma boa música,  (resumindo, da arte) é mais prazerosa quando feita a sós, frente a frente e sem nenhuma forma de interferência ou opinião alheia, ponto.
Então o que me convenceu a reproduzir a obra?
Ontem eu estava na sala de aula  lendo um livro chamado "Cartas A Um Jovem Poeta" de Rainer Maria Rilke, cuja  impressão data  de 1966 e foi publicada pela Editora Globo, de Porto Alegre, sob tradução do Sr. Paulo Rónai. Nesse ano, o livro já estava em sua 5ª impressão. A primeira foi publicada em Junho 1953, se não me engano. O exemplar que tenho em minhas mãos agora (de 1966), é composto por dois "livros" : "Cartas A Um Jovem Poeta" (que é o que nos interessa, por hora) e "A Canção de Amor e Morte do Porta-Estandarte Cristóvão Rilke, ambos do mesmo autor. Encontrei-o  na biblioteca da escola, o que foi uma sorte imensa. Enfim... Eu estava lendo e foi quando o meu professor de Literatura entrou na sala, chegou perto de mim, olhou o livro e disse: "Rapaz, isso é bom, muito bom." A partir desse momento, ficamos um tempo conversando sobre isso e, ao final, ele me disse: "Divirta-se!". Voltei, então, a ler o livro e fui interrompido pelo sinal do final da aula. Saí para o intervalo, voltei e continue a ler. Dessa vez, quem entrou na sala, foi o professor de Sociologia. Enquanto ele distribuía os textos que trabalharíamos naquela aula, ele se aproximou de mim, olhou o livro, abriu um sorriso e comentou: "Ser ou não ser poeta? Faça essa pergunta a si mesmo na calada da noite, aceite a resposta que lhe for dada e construa sua vida de acordo com esta necessidade." Pronto, foi o bastante para que eu pudesse perceber que eu deveria, de alguma forma, deixar de ser egoísta e compartilhar essa história com vocês.
Do que se trata, afinal?
Partindo de uma análise muito superficial, o livro é constituído por dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke ao jovem Franz Xaver Kappus. Em um primeiro momento, escolhi algumas cartas ou trechos delas para apresentar aqui. Em uma segunda oportunidade, percebi que todas deveriam ser apresentadas, pois trabalham com o que há de mais puro no mundo, a vida. E esta não pode ser recortada e muito menos fragmentada.
Começaremos, então, na próxima postagem (já que essa ganhou mais espaço que eu esperava), pelo prefácio escrito por ninguém mais, ninguém menos que Cecília Meireles.

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